Líderes europeus se encontram nesta segunda-feira (17) em Paris para avaliar os recentes desdobramentos da guerra na Ucrânia, diante das negociações em curso entre Estados Unidos e Rússia. Convocado pelo presidente francês Emmanuel Macron, o encontro reflete a crescente preocupação da Europa em relação a um possível acordo de paz negociado sem sua participação direta.
A discussão ocorre dias após um telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, no qual o presidente dos EUA tratou da guerra na Ucrânia sem consulta prévia aos parceiros europeus. Esse episódio intensificou temores de que um acordo possa ser fechado favorecendo Moscou, especialmente após declarações de autoridades norte-americanas sugerirem que a Ucrânia dificilmente recuperará territórios atualmente sob controle russo desde 2014.
Os líderes europeus também estão preocupados com os riscos à segurança regional caso concessões excessivas sejam feitas à Rússia. No âmbito da Otan, há insatisfação com a falta de discussão prévia entre os aliados e a incerteza quanto ao papel da Europa nas negociações. Enquanto isso, a Ucrânia enfatiza que não aceitará um acordo sem sua participação ativa.
Para amenizar as tensões, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, assegurou que a Europa terá um papel fundamental em qualquer negociação real para encerrar a guerra. No entanto, uma recente proposta de Trump vinculando a assistência à Ucrânia a concessões em “terras raras” gerou ainda mais dúvidas sobre os reais interesses dos EUA. Essas regiões, ricas em minerais estratégicos, estão no centro das discussões, e Volodymyr Zelensky já rejeitou uma proposta norte-americana por não conter garantias de segurança suficientes.
Com negociações entre EUA e Rússia previstas para os próximos dias na Arábia Saudita, a reunião de emergência em Paris se torna essencial para que a Europa defina uma posição unificada e evite ser excluída de decisões que podem impactar a segurança regional nos próximos anos.
